Alquimia Lunar
- Vera Craveiro Reis
- 17 de abr. de 2021
- 1 min de leitura

“A memória assenta em memórias que, por sua vez, vão à procura de outras memórias. Assemelha-se assim à cebola que, a cada casca que cai, põe a nu coisas há muito esquecidas, até aos dentes de leite da meninice; mas depois a faca afiada ajuda a conseguir outro propósito: cortada, camada por camada, provoca lágrimas que turvam a vista.
A cebola tem muitas camadas. Mal é descascada, renova-se. Cortada, provoca lágrimas. Só ao ser descascada diz a verdade.”
Günter Grass
A cebola é como a Lua.
E o seu simbolismo corresponde à experiência espiritual da Lua.
É a caminhada do despojamento, do retirar as várias capas, uma de cada vez. E choramos.
Chorar faz parte do crescimento e faz parte da aprendizagem. Limpa e purifica.
A cura das memórias é feita por camadas; sempre que se tira uma, aparece outra e outra até chegar ao âmago.
A cebola não tem caroço e o seu âmago é um buraco.
Representa o vazio, aquilo que ainda não sabemos ser, que se transforma na receptividade à nossa Luz, à nossa centelha Divina.








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